sábado, 23 de janeiro de 2010

Sobreviver ao assédio moral no local de trabalho


"Segundo o último estudo, há pelo menos 100 mil portugueses que são vítimas de assédio moral no local de trabalho, mas a maioria não apresenta queixa porque tem medo das represálias que pode vir a sofrer por parte das empresas.
De acordo com algumas das frases que se ouvem do género: “é melhor ter um mau trabalho do que não ter nenhum“, ou ” temos que nos sacrificar para manter o emprego“, esta é a realidade a que a maior parte das pessoas já se habitou a interiorizar para se manter no seu emprego, apesar de não se sentir bem com o mesmo, e é aqui que caem vítimas do assédio moral a que são sujeitas.
Convém ainda acrescentar que desde Agosto de 2008 até maio de 2009, foram perdidos cerca de 94 mil empregos em Portugal.
O problema é que este tipo de raciocínio que nos é transmitido (e infelizmente aceite), além de aumentar a pressão sobre os trabalhadores, vem também somar cada vez mais vítimas deste tipo de violência, e o resultado é que as pessoas não apresentem queixa porque têm medo de perder o emprego."

De acordo com o Código do Trabalho, há assédio moral quando se verifica um comportamento com “o objectivo ou o efeito de afectar a dignidade do trabalhador e criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.”
Pior ainda se torna, quando as depressões e o stress se instalam e vêm ainda ajudar a piorar uma situação já delicada.

Segundo Marie-France Hirigoyen, psiquiatra francesa e uma destacado estudiosa do tema:

“O assédio moral no trabalho define-se como sendo qualquer comportamento abusivo (gesto, palavra, comportamento, atitude…) que atente, pela sua repetição ou pela sua sistematização, contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma pessoa pondo em perigo o seu emprego ou degradando o clima de trabalho” (Hirigoyen, 2002: 14 e 15)

O que é o assédio moral no trabalho?

“É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e a éticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigidas a um ou mais subordinados, destabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego”
(Barreto apud Site Assédio Moral no Trabalho, 2004a)
Qualquer vítima de assédio moral deverá denunciar a situação junto da Autoridade das Condições de Trabalho, e deverá preparar-se  para superar uma fase da qual ninguém está livre de se ver metido nela.

Fonte: criseedinheiro.com, 23JAN2010

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