quarta-feira, 30 de junho de 2010

A saúde mental dos portugueses

"Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente."
Pedro Afonso
Médico psiquiatra
Fonte - Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21

terça-feira, 29 de junho de 2010

"Um terço das famílias portuguesas no limiar da pobreza"

"Associação para o Desenvolvimento identificou 31 por cento de famílias em condições de pobreza, a viver com 360 euros por mês. São agregados familiares que têm emprego, mas cujos salários não chegam para fazer face às despesas com a casa, alimentação e educação dos filhos".




Fonte: noticias.rtp.pt 2010-06-28 09:42:29

segunda-feira, 28 de junho de 2010

"Famílias no limiar da pobreza"

"A crise fez aparecer um novo conceito, o das famílias quase pobres. 31% estão nesta situação, de quem vive pouco acima do limiar da pobreza. Trabalham, muitos tem formação superior, mas o dinheiro deixou de chegar para as despesas básicas".


Fonte: Primeiro Jornal da SIC Edição de 28-06-2010

domingo, 27 de junho de 2010

"Sozinhos em casa"


Fonte: Grande Reportagem SIC 20-06-2010

"A Enurese Nocturna afecta cerca de 80 mil crianças em Portugal"

"No período de férias, em que muitas vezes se dorme fora de casa, a questão da Enurese Nocturna ganha ainda uma maior dimensão".



Fonte: noticias.rtp.pt

"Cannabis potencia as doenças mentais"

"A cannabis pode estar relacionada com o aumento das doenças mentais. A descoberta é de um português, e está fundamentada numa tese de doutoramento em Londres".



Fonte: noticias.rtp.pt

II Congresso Internacional da SPESM

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Congresso Internacional de Anorexia e Bulimia (CIAB)


No próximo dia 26 de Junho de 2010, terá lugar no Auditório Agostinho da Silva, na Universidade Lusófona (Campo Grande, nº 376), o 1.º Encontro Científico CIAB.



segunda-feira, 21 de junho de 2010

O que é a depressão pós-parto?


"Trata-se de uma depressão, que ocorre dois ou três meses após o nascimento do bebé e que afecta entre 10 a 15% das mulheres" Ler mais »

Fonte: saude.sapo.pt

sábado, 19 de junho de 2010

Doentes esquizofrénicos consomem duas vezes mais cannabis


Os doentes esquizofrénicos consomem cannabis duas vezes mais do que a população em geral, afirmou hoje o psiquiatra Miguel Bragança, no VII Colóquio Internacional de Esquizofrenia, a decorrer no Porto até sábado.

Segundo Miguel Bragança, da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), «estudos realizados mostram que 20 a 40 por cento dos doentes com doença psicótica referem o uso de cannabis nalgum momento da sua vida e 16 por cento dos doentes com esquizofrenia utilizam substâncias que não o álcool».

«O cannabis parece ser a substância de abuso mais utilizada. 55 por cento dos doentes consomem mais que uma substância tóxica, sendo a associação mais frequente o consumo de cannabis e de álcool», afirmou o especialista.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Enfermeiros desiludidos com o resultado da negociação da carreira


O Ministério da Saúde e a Comissão Negociadora Sindical dos Enfermeiros, procederam à conclusão do processo negocial relativamente à regulação da carreira de enfermagem.
Muitas vozes se levantaram hoje, contra os sindicatos e contra os resultados obtidos na negociação da carreira. CNESE, não teve coragem e suspende 7 dias de greve face às ameaças do Ministério da tutela, de não continuar as negociações. E o resultado parece não ter agradado aos Enfermeiros Portugueses, que de alguma forma não deixaram de fazer os seus comentários aos vários blogues de enfermagem, mostrando-se injustiçados face à noticia de não haver possibilidade de obter mais resultados, por parte dos sindicatos.

Ministra da Saúde aponta para algumas aproximações aos sindicatos dos enfermeiros:


domingo, 13 de junho de 2010

"A Família e o Enfermeiro"


Sabe-se hoje que a família tem um papel muito importante na recuperação e integração social da pessoa com doença mental. Bruno Henriques, Enfermeiro, Pós-Graduado em Saúde Mental do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, desenvolveu um trabalho publicado na revista Hospitalidade n.º 287 | Janeiro - Março 2010, onde se propôs a estudar o Impacto da Doença Mental na Família. Segundo o autor, a doença mental ao afectar um membro da família todos os outros elementos sofrem com esse problema. Sendo toda a organização e dinâmica familiar prejudicadas. "A aceitação de um familiar com doença mental é um processo extremamente doloroso, moroso e complexo", refere. O mesmo autor defende que  a família apenas é reconhecida pelo seu papel de "informador" das alterações apresentadas pelo doente mental. Tornando-se necessário intervir junto da família para que o procedimento da reinserção da pessoa com doença mental caminhe para uma resolução positiva. Tendo o enfermeiro um papel importante, na medida em que deverá facilitar a compreensão do seu papel no processo de reinserção social da pessoa com doença mental, indentificando dificuldades que possam surgir na relação família-pessoa com doença mental. Em conclusão Bruno Henriques defende que se houver uma preparação da família e comunidade para o acolhimento da pessoa com doença mental, o seu regresso ao lar será conduzido com qualidade. Termina, referindo que as intervenções dos enfermeiros são determinantes para que as famílias consigam assim conviver com a doença, contribuindo positivamente para o processo de reinserção.

Fonte: Revista Hospitalidade

Tavira recebe acção de sensibilização sobre «Envelhecer Saudável»

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Na próxima quarta-feira, 16, a partir das 18:00 horas, na Biblioteca Álvaro de Campos, em Tavira, irá decorrer uma acção de sensibilização sobre o tema «Envelhecer Saudável», com a participação de Cláudia Luísa, docente da Universidade do Algarve.

Esta acção insere-se no projecto «Do Outro Lado: a Saúde Mental dos Mais Velhos», desenvolvido pela Âncora – Associação Centro Comunitário de Santa Luzia, com o apoio do Alto Comissariado da Saúde.
 
A iniciativa visa “o desenvolvimento de um conjunto de acções no âmbito da prevenção e intervenção da saúde mental da população sénior de concelho de Tavira”.
 
Fonte: região-sul.pt

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Como lidar com comportamentos compulsivos

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O psicólogo Pedro Albuquerque explica a origem dos comportamentos compulsivos e indica algumas formas de tratamento deste tipo de doença mental.


Fonte: videos.sapo.pt

terça-feira, 8 de junho de 2010

Muitas crianças podem apresentar depressão já aos três anos de idade

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Segundo estudo da Universidade de Washington, nos EUA, apesar da infância ser vista como um período feliz e sem preocupações, muitas crianças podem apresentar depressão aos três anos de idade. E, de acordo com especialistas, esse é o caso de cerca de 1% a 2% dos pequenos, com tendência de crescimento da prevalência nesta faixa etária.

Durante muitos anos, os especialistas acreditaram que as crianças mais pequenas seriam muito imaturas para sofrer de depressão. Realizada, uma pesquisa com 300 crianças verificou-se que crianças de apenas três anos podem ter depressão clínica - não apenas tristeza temporária, mas um sério problema de saúde mental. “É um transtorno mental que, basicamente, como nossas descobertas estão mostrando, pode surgir tão cedo quanto aos três anos de idade e não, necessariamente, por causa de coisas ruins que acontecem na vida”, foram as explicações dadas pelos autores, destacando que é uma condição de base genética associada ou não a um evento stressante.

Embora a depressão em pré-escolares pareça não ser muito comum, os especialistas destacam a importância de se identificar o problema precocemente para que a intervenção seja mais efectiva. Os especialistas destacam que a principal marca de uma criança com depressão é sentir-se culpada por qualquer coisa errada e o fato de não se divertir com brincadeiras que gosta. Além disso, podem ocorrer problemas de sono e apetite e alterações nos níveis de actividade física. “Se os sintomas persistirem por um período de mais de uma semana ou duas, é hora de procurar ajuda”, concluiu a pesquisadora Joan L. Luby.


Autor/Fonte: Uol
Edição: Nallyne Soares

2º Prémio nacional de Jornalismo na Área da Saúde Mental

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 As candidaturas para a 2ª edição do Prémio Nacional de Jornalismo na Área da Saúde Mental, encontram-se a decorrer, até ao dia 6 de Agosto de 2010. Ler mais »

Fonte: Coordenação Nacional para a Saúde Mental

terça-feira, 1 de junho de 2010

Contributo - Opinião: Enfermagem e Saúde Mental

Os cuidados de enfermagem especializados em saúde mental e psiquiatria são centrados no cuidar do indivíduo/ comunidade, tendo em conta os processos de saúde/doença mental, para promover e proteger a saúde mental; prevenir e tratar a doença mental, bem como, ter em conta a readaptação funcional e a reinserção social do indivíduo na comunidade. Deste modo, a criação de consultas e de projectos, tanto nos Centros de Saúde como nos próprios Hospitais, irá permitir ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem.

A aposta na saúde mental infantil e na pedopsiquiatria é, sem dúvida, fundamental para a triagem, avaliação, intervenção e orientação das situações problemáticas na infância/adolescência e das próprias famílias. Os cuidados de enfermagem nesta área são importantes tanto nos Cuidados de Saúde Primários, como nos próprios Serviços de Pediatria/Urgência Pediátrica.

Em Portugal existem muitos indivíduos, famílias e comunidades que necessitam de uma intervenção especializada do seu enfermeiro e da sua equipa de multidisciplinar para os ajudarem a ter mais qualidade de vida e bem-estar, mesmo que esse indivíduo tenha uma doença mental.

Contributo - Opinião: Enfermagem e Saúde Mental

Os cuidados de enfermagem especializados em saúde mental e psiquiatria são centrados no cuidar do indivíduo/ comunidade, tendo em conta os processos de saúde/doença mental, para promover e proteger a saúde mental; prevenir e tratar a doença mental, bem como, ter em conta a readaptação funcional e a reinserção social do indivíduo na comunidade. Deste modo, a criação de consultas e de projectos, tanto nos Centros de Saúde como nos próprios Hospitais, irá permitir ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem.

A aposta na saúde mental infantil e na pedopsiquiatria é, sem dúvida, fundamental para a triagem, avaliação, intervenção e orientação das situações problemáticas na infância/adolescência e das próprias famílias. Os cuidados de enfermagem nesta área são importantes tanto nos Cuidados de Saúde Primários, como nos próprios Serviços de Pediatria/Urgência Pediátrica.

Em Portugal existem muitos indivíduos, famílias e comunidades que necessitam de uma intervenção especializada do seu enfermeiro e da sua equipa de multidisciplinar para os ajudarem a ter mais qualidade de vida e bem-estar, mesmo que esse indivíduo tenha uma doença mental.