domingo, 29 de novembro de 2009

Que ajuda é que um doente esquizofrénico precisa?


Acima de tudo, as pessoas que sofrem de esquizofrenia necessitam de ter um diagnóstico correcto e um tratamento atempado da sua doença. Mas também precisam de compreensão, compaixão e respeito. Como qualquer outra doença grave, um doente esquizofrénico necessita de ajuda em relação ao medo e ao isolamento causados pelo seu distúrbio, assim como, pelo estigma que o cerca. Por causa dos problemas ao nível do pensamento e do juízo, que podem fazer parte da esquizofrenia, as pessoas que sofrem desta doença podem, também, necessitar de ajuda para compreender que precisam de um tratamento continuado e para saber quais os sinais que lhes dizem que estão a adoecer novamente, necessitando rapidamente de consultar um médico e de seguir as suas sugestões de tratamento. Fazer isto pode impedir a re-hospitalização. Devido à doença tornar tão difícil o dia-a-dia, alguns doentes esquizofrénicos precisam de ajuda para o seu cuidado físico - desde permanecerem limpos e de comer bem até seguirem o tratamento médico. Embora os tratamentos mais recentes e melhores permitam que muitas pessoas voltem a ter uma vida mais normal, muitos doentes necessitam de ajuda durante um longo período de tempo em relação às suas necessidades básicas, tais como o dinheiro, o alojamento, a alimentação e a roupa.


O estigma social


Um dos obstáculos principais num tratamento com sucesso e no controlo da esquizofrenia é o estigma associado, frequentemente, a esta doença. Este estigma pode conduzir a uma discriminação séria que agrava, desnecessariamente, os problemas dos doentes esquizofrénicos. Tal discriminação limita os recursos para o tratamento da doença, como a disponibilidade da habitação, as oportunidades de emprego e a interacção social, o que, por sua vez, aumentam ainda mais o estigma associado à esquizofrenia. Este leva a mal-entendidos frequentes em meios que ajudam a perpetuar estereótipos negativos. O estigma relativo à esquizofrenia afecta não só o doente, mas também a sua família, as pessoas que lhes prestam cuidados e os técnicos de saúde. Algumas das atitudes mais depreciativas relativas à doença mental estão muito enraizadas na sociedade e traduzem-se, frequentemente, na linguagem estigmatizante usada para descrever doentes mentais — "malucos” e “psicopatas”, por exemplo. Algumas pessoas continuam a referir-se aos hospitais psiquiátricos como “casa de malucos”. Não se imagina tratar com tanta facilidade duma maneira tão insensível doentes de cancro, por exemplo. Palavras como estas magoam e reforçam o estigma já associado à doença mental. A verdade é que estas pessoas vivem com uma doença que pode ser bastante dolorosa.

Fonte: saude-mental.net: 29/11/2009; 17:00

2 comentários:

  1. Gostei muito do que escreveu... de facto, o estigma continua a perpetuar-se na sociedade!



    visitem o http://pensarmental.blogspot.com/

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  2. Os doentes esquizofrénicos precisam de um acompanhamento muito próximo, de modo a ajudá-los a fazer uma vida o mais "normal" possível, isto é, uma vida autónoma.

    É perfeitamente possível, para alguns doentes e para alguns tipos de esquizofrenia, terem o seu emprego, pagarem as suas contas, etc.

    Mas, para isso têm de ser tratados e acompanhados, e precisam de tudo menos serem discriminados.

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